HQ Mix
O HQ Mix é o principal prêmio de quadrinhos do Brasil. Tem uma noite de premiação à la Oscar em São Paulo. Diferente do Oscar, os vencedores são anunciados com antecedência.
A lista de vencedores deste ano saiu na segunda-feira: está no Universo HQ, no Blog dos Quadrinhos, no Gibizada ou na O Grito, mas até o momento não no site do Troféu (onde você vê a lista de concorrentes). A entrega dos troféus será no dia 13 de setembro, sábado, às 17 horas, no Teatro do SESC Pompeia.
O HQ Mix é pouco conhecido fora do mercado de quadrinhos e, dentro do mercado, é criticado pelo excesso de categorias (este ano: 38) e por ter dado uns 20 troféus ao Angeli. Não que o Angeli não mereça 20 troféus; a crítica, que o próprio Angeli já fez, é que falta renovação.
Embora ninguém mais tenha recebido 20 troféus, os nomes se repetem em muitas categorias – talvez sinal de que os votantes (autores, editores, jornalistas – sou um deles) não conhecem a variedade do próprio mercado.
Comentários rápidos sobre a premiação deste ano:
* Assim como no ano passado, o Troféu reconhece a mexida inegável no mercado que são as Graphic MSP. Um só álbum da linha rendeu três prêmios em 2013, outros dois álbuns renderam cinco troféus e meio este ano (Shiko, “Desenhista Nacional”, ganhou por Piteco – Ingá e por sua publicaçação independente O Azul Indiferente do Céu).
* A Nemo, com dois troféus no ano passado, repete o de Editora do Ano, leva mais Projeto Editorial e terá que remeter um terceiro a Enki Bilal.
* Robert Kirkman ganhou pela segunda vez consecutiva como Roteirista Estrangeiro. Concorria com Guy Delisle, com Alison Bechdel, com Reinhard Kleist, com Jason Aaron, com Mark Waid e com Naoki Urasawa. Nenhum dos outros seis tem projetos que passem na TV brasileira.
* Gostei muito das lembranças a Pedro Cobiaco (por Harmatã, que é excelente), a Rafael Coutinho (que, apesar da estrada, nunca tinha ganho um prêmio), à Friquinique (a turma da Beleléu só havia levado um prêmio até hoje, no ano passado) e ao Overdose Homeopática de Marco Oliveira.
* Momento umbigo: tive dedo em duas obras premiadas. Traduzi e produzi um caderno exclusivo da edição brasileira de Marvel Comics: a história secreta, de Sean Howe (editora LeYa), que ganhou Livro Teórico (teórico?). Pobre Marinheiro, Edição Especial Estrangeira, foi resultado de um e-mail de sugestão à Balão Editorial lá em 2010; acabei escrevendo a quarta capa do álbum. Foi meu lançamento preferido do ano passado (reli hoje e me acabei de novo).
* Não há uma única referência a HQs de super-herói entre os vencedores (só uma, indireta, no “livro teórico”).
* Apesar do excesso, gosto das categorias acadêmicas. A dissertação vencedora, sobre nouvelle manga, está online. A tese de doutorado, sobre Promethea, também.
* Angeli leva mais uma, mas não pela única vez em que foi mencionado na lista de concorrentes (Tira Nacional, que foi para o Laerte). A categoria chargista/desenhista de humor gráfico, que ele ganhava desde 1997, foi para Alpino. O prêmio de Angeli este ano é de Grande Mestre.
Parabéns a todos os ganhadores. O Troféu, como sempre, é sensacional:
4 Comentários
“Nenhum dos outros seis tem projetos que passem na TV brasileira”. Touchê.
A categoria desenhista de humor gráfico não sumiu: continua presente e quem ganhou foi o Alpino.
Opa, obrigado. Corrigido!
Ah… Vale também ressaltar que desistiram daquela bizarrice do troféu para fã famoso de quadrinhos 🙂
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