CONVERSANDO

A Nébula

Escrevi para o Blog da Companhia sobre A Nébula, o espaço de quadrinhos do Medium brasileiro que estreou em abril. Antes de escrever, troquei algumas ideias com o Rafael Coutinho, editor-zelador-curador do esquema, para saber das intenções do site. Acabei sem usar o que ele falou no meu texto, então segue meu papo rápido com ele.

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Qual foi a encomenda que você recebeu pro site?

Algo que fosse conceitualmente parecido com o The Nib americano. O Leandro Demori, editor e cabeça do Medium Brasil, me apresentou a coisa toda e me explicou que, depois do Medium americano ter incorporado o The Nib nos EUA, receberam ótimos resultados de reads no portal. Reads é o que o mundo digital mais valoriza hoje em dia: pessoas realmente lendo o que foi postado até o fim, ao invés de page views. Achei uma boa oportunidade e topei, e me deram carta branca pra testar o que quiséssemos ali, incluindo o nome, e os autores que eu quisesse chamar, temas, abordagens, tudo livre.

O perfil é esse, de um tipo de quadrinhos mais próximo de uma crônica diária, mais próxima do dia-a-dia brasileiro, menos ficcional. E a partir daí comecei a pensar a plataforma e os espaços pra cada um em função do orçamento que temos, do tempo e realidade do quadrinista brasileiro. É algo muito novo e confesso que tenho ficado muito surpreso por ser tão evidente e rápida a adaptação do formato à nossa realidade. Conversei com o Matt [Bors], do Nib, e compreendi que não seriamos capazes de fazer um autor diferente por dia, pelo menos não por agora, mas peguei muita dica do cara. Eles também estão em crise, então uma plataforma como a deles pros quadrinistas de lá é muito importante e forte. E esse tipo de liberdade que o Medium nos deu é muito raro.

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Quais eram suas pretensões?

Conseguir desenvolver projetos, séries, construir reflexões poderosas com os autores. Não sei se “pretensão” é a palavra certa. Quero sempre que eu e meus colegas tenhamos cada vez mais espaço pra trabalhar com o que temos de melhor, esse potencial que precisa sempre ser reajustado ao estado “vacilante” do meio. Acho que minha maior ambição é fazer jus ao termo “livre”, e estimular em mim e nos outros o exercício dessa liberdade total. Pensar profundamente nas coisas, se entregar pra cada projeto, e não ter que resolver rápido antes que as contas cheguem. Quadrinistas brasileiros se acostumaram ao raciocínio pela metade, que precisa ser resolvido em vinte minutos pra se adequar à agenda agressiva de trabalho ilustrativo desconectado.

E o que você está achando até agora?

Deu pra sentir claramente que os trabalhos que o pessoal manda pra Nébula são de uma entrega maior, e é lindo demais ver isso acontecer, estar próximo disso. Espero que seja duradouro, tenho gostado muito e o feedback do Medium tem sido muito positivo. No fim do dia, precisamos ser lidos até o fim, só isso. E quem nos lê precisa ler material incrível e diversificado todo dia, porque somos assim.

//medium.com/nebula

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