O Fabuloso Quadrinho Brasileiro de 2015 – IT LIVES

Tive comprovação fotográfica de que O Fabuloso Quadrinho Brasileiro de 2015 existe, bonito e impresso, e está a caminho do lançamento no 9o FIQ, em Belo Horizonte. Para quem não vai no FIQ, ele está em pré-venda, no site da Narval Comix, com frete grátis. E a cara dele é essa aqui:

E quando você tira a sobrecapa (sim, temos sobrecapa), ele fica assim:

Sim, ali no alto é o meu nome. “Editor convidado” quer dizer que um dia, no início deste ano, o Rafael Coutinho me ligou e convidou para fazer um Best American Comics’ Next Top Model Brazil. Tipo:

O Best American Comics é uma coleção da Houghton-Mifflin que reúne, todo ano, as melhores HQs que saíram nos EUA no ano anterior. Já tem dez volumes. Já tinha passado pela minha cabeça que devia haver uma antologia seguindo o molde aqui no Brasil, mas duvidei que alguém fosse enfrentar a trabalheira e o risco. Sr. Coutinho resolveu enfrentar.

O Best American tem um editor convidado a cada edição. Os organizadores fazem uma pré-seleção nas milhões de HQs que saíram no ano e aí passam pra esse editor cortar a lista. Geralmente os editores são quadrinistas, autores renomados, gente que você supõe que vai ter bom gosto. O primeiro do Best American foi o Harvey Pekar. O primeiro, nesta versão brasileira, seria eu – desempenhando a mesma função depois da peneirada do Rafael e da Clarice Reichstul. Óbvio que topei, para o bem ou o mal da nação.

Para a coisa não ficar tão conforme os padrões dos norte-americanos, sugeri que a antologia mudasse de adjetivo a cada ano. Ou seja, ano que vem pode ser O Magnânimo Quadrinho Brasileiro de 2016, depois O Espetacular-Amigo-da-Vizinhança Quadrinho Brasileiro de 2017. Fui de Fabuloso pra não inventar muito.

Ontem o Omelete publicou a lista completa de HQs que entraram na minha seleção. Tem histórias completas, tem trechos de graphic novels, tem seleção de tiras de jornal, tem material que só saiu na web e nunca tinha sido impresso. Tem 37 autores em 304 páginas. Acho que foi a Clarice que disse que é uma “cápsula do tempo” (demos entrevista pra Rolling Stone!), uma boa amostragem do quadrinho feito no Brasil entre julho de 2014 e junho de 2015. Espero que você concorde, embora a gente só vá saber de fato lá por… 2050?

Acabei me envolvendo mais do que com a seleção de HQs, não sei se para alegria ou desespero do Rafa e da Clarice. A diagramação acabou sendo feita a 7 passos do meu escritório, nas 27 polegadas da querida-espousa-feiticeira-designer Marcela. Montei espelho. Fiz revisão. Dei pitaco em release e divulgação e preço. Enfim, me meti a editor. Foi cansativo. Espero que valha a pena para quem ler.

O Best American Comics tem outra tradição que eu quis manter no primo brasileiro: os notable comics. É a lista de HQs que foram consideradas para a antologia mas que não entraram, por um motivo ou outro. Os motivos vão desde falta de espaço a problemas com direitos (que saco) a autores que não estavam a fim de participar (e tudo bem). A lista de Notáveis está no Fabuloso, mas aqui eu a reproduzo a partir das capas. Depois que você ler o Fabuloso e for atrás dos vários autores que entraram lá, recomendo ir atrás também destas obras e autores (cada capa é link para você comprar/ler a HQ, quando possível):

Estes abaixo não são obras, mas projetos que envolveram um monte de autores. Fica o registro deles como projetos:

O Capitão América e Seus Amigos, sobretudo, é o que mais me dói por não ter entrado no Fabuloso (por questões jurídicas). Seriam 14 autores a mais na nossa lista. E o “Minduim” do André Valente tinha que ir pra parede de museu. Mas, enfim: advogados. Só posso recomendar que clique abaixo e leia todos os Amigos.

E muito obrigado, Rafael e Clarice, pelo convite. Obrigado, Marcela-mulher-espousa, pela diagramação. E obrigado, Drehmer e Nik Neves, pela (QUE) capa!