BATMAN ETERNAL
Taí uma coisa que eu sempre quis fazer: juntar as referências mais esdrúxulas ao Brasil nos gibis dos EUA (ou de outros países) e comentar os estereótipos ou a imaginação desses roteiristas – com prazo apertado, salário baixo, zero em geografia – ao tratar do Patropi. Isso é BRAZZIL.
E essas coisas aparecem com mais frequência do que você imagina. Foi só pegar uma pilha das últimas semanas que me deparei com Batman Eternal, especificamente edições 11, 18, 19 e 20, que saíram entre 18 de junho e 20 de agosto deste ano. Os roteiros são assinados por Tim Seeley, Scott Snyder e James Tynion IV, os desenhos são de Ian Bertram, Andy Clarke e Emanuel Simeoni (antes que você pergunte: Simeoni é italiano, não brasileiro.)
A trama envolve três Bat-amiguinhos – Batgirl, Batwoman e Capuz Vermelho – numa aventura no Rio de Janeiro. Começa nos estúdios de uma telenovela da Rede Brasil (que ficam num arranha-céu):
A Bat-trupe está atrás de um famoso ator de telenovelas chamado… Gonzolo Dominguez.
E aí, como já se viu acima, começam os balões em português – que parecem ter gerado dificuldades técnicas para o letreirista (Dezi Sienty).
Daí a ação passa para a Mais Divertido Toys, uma fábrica de brinquedos que utiliza trabalho escravo infantil…
… e que fica do lado da Rocinha Favela (Batman Eternal #18)…
… ou da Tijuca Rain Forest (Batman Eternal #20):
Onde as pessoas falam um português tranquilo para o Google Tradutor:
Ou nem tanto:
Ou…?
Bom, faz pensar em tudo que você já aprendeu sobre outros países lendo gibi de super-herói. Ou em como a gente mesmo pinta os EUA.
O fato é que, há uns vinte anos, ter que consultar se a capital do Brasil realmente é Buenos Aires era complicado se você estivesse com o deadline no pescoço. Hoje, não leva mais que um minuto para você saber a distância entre a Favela da Rocinha e a Floresta da Tijuca.
De qualquer forma, estamos à disposição para qualquer roteirista que precise de informações sobre nosso país. E sobre falas em português. E sobre a popularidade do nome Gonzolo no Brasil.
(Obrigado ao Terra Zero, que também já fez comentários sobre as brazzilices nessa HQ.)
3 Comentários
Erico, sim, existem muitos exemplos como esse, de histórias em que o Brasil é confundido com algum lugar onde se fala espanhol, e também no cinema. Mas tem um caso que eu gostaria de comentar, é sobre a série God is Dead, da editora Avatar, escrita por Jonathan Hickman. A partir do número 8 da série, um dos deuses retratados na história é o nosso famoso Saci Pererê. E creio que ele fez uma ótima pesquisa, ou teve uma boa consultoria ao elaborar o personagem.
Celso: não sabia dessa. Vou conferir.
Tem outros exemplos positivos, sem dúvida. Ainda quero falar aqui de LAZARUS, de Greg Rucka e Michael Lark.
É… eu citei esse caso, pois embora não se fale do Brasil, acaba falando de um personagem, que é exclusivo da nossa cultura. É claro que, no meio de tantos “deuses” como Zeus. Odin, deuses indianos, astecas, havaianos,chineses e etc, a participação do Saci é bem pequena…. Mas essa série não foi lançada no Brasil. Bem, taí uma que eu não sei do que se trata: Lazarus… Vou dar um uma olhada também… Bom trabalho no Blog. Valeu…
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