Contabilidade, 2015
Meu último post tem quase quatro meses e já estamos no final de fevereiro. Alguém ainda aguenta retrospectiva 2015?
Bom, isso é mais pra mim. Já virou tradição fazer minha contabilidade em público, revendo as traduções (e outros projetos) em que eu me envolvi no ano que passou. Fica de registro de uma época. Vamos lá.
Me envolvi em 51 projetos de tradução em 2015. Foram 7,7 milhões de toques, 2400 páginas originais de prosa, quase 6000 originais de HQ. Mais projetos que em 2014, menos toques, menos páginas de prosa e uma vez e meia o número de páginas de HQ. Foram 4 livros de ficção, 2 livros de prosa (um ensaio e uma autobiografia), 4 livros sobre quadrinhos. Cinco graphic novels, 4 adaptações literárias para HQ, 23 coletâneas de gibi mainstream, 6 álbuns franco-belgas.
Pois é, franco-belgas. Comecei a traduzir do francês numa colaboração (O Sistema dos Quadrinhos, de Thierry Groensteen, saiu pela Marsupial em agosto; traduzi com Francisa Ysabelle Manríquez Reyes) e de repente chegaram dois álbuns de outro editor que resolveu que eu estava pronto para traduzir do francês sozinho (as adaptações de Millénium, de Runberg & Homs, saem a qualquer momento pela Quadrinhos na Cia.). Vieram mais três álbuns no final do ano, de um material clássico e que estragaria a surpresa se eu comentasse aqui. E Goela Negra, de Antoine Ozanam e Lélis, feito a toque de caixa em colaboração com a Maria Clara Carneiro (saiu pela Mino em novembro).
Também saindo do meu usual inglês-português, fiz traduções português-inglês a convite de quadrinistas nacionais. Uma foi de Incidente em Tunguska, do Pedro Franz. As outras serão lançadas em edições digitais em breve. Eu aviso.
Terminei Os Invisíveis e o último volume me deu dores de cabeça morrisonéricas (saíram três volumes em 2015; o último sai a qualquer momento pela Panini). Aí passei ao Morrison de Patrulha do Destino, de conteúdo um pouco mais light mas exigente nas pesquisas. Também terminei iZombie (o último volume saiu em dezembro pela Panini). Iniciei FBP (primeiro volume quase saindo) e Shade (ainda sem previsão).
Comecei a colaborar com o editorial Marvel da Panini, traduzindo Invasores e Surfista Prateado em ótima fase na revista Universo Marvel. O contato também levou a meu segundo Alan Moore: em início de carreira, no Capitão Britânia. E também a Excalibur, uma experiência única com a verborragia do Chris Claremont. Fica perto do topo das HQs mais densas que eu já traduzi, em termos de quantidade de texto.
Em compensação, também traduzi a HQ de menor densidade de texto (e densa em tudo mais) da minha carreira: Here, de Richard McGuire (sai a qualquer momento pela Quadrinhos na Cia.). Aliás, grande ano para traduzir graphic novels: O Escultor de Scott McCloud (saiu pela Marsupial em dezembro); This One Summer, de Mariko e Jillian Tamaki (espero que saia este ano); e Lena Finkle’s Magic Barrel (pela WMF Martins Fontes, talvez este ano).
Já escrevi no blog sobre The Secret History of Wonder Woman, de Jill Lepore, que espero que faça sucesso proporcional ao prazer que foi traduzir. A previsão de lançamento é para este ano. Também falando de livros sobre HQ, fiz mais um naco de Metamaus (todo o conteúdo do DVD), que ainda não tem previsão de lançamento.
Comecei o ano com medo real de que as editoras fossem parar de comprar livro estrangeiro – e, por conseguinte, não precisar mais de tradutores. A coisa melhorou depois de algumas semanas. Já acabei alguns projetos novos – tem um Neil Gaiman, que é retradução – e estou no meio de outros. Se 2016 continuar assim, excelente.
Um dos motivos pelos quais só volto ao blog agora é que tive que fazer um avanço real no doutorado. E tive esse avanço, felizmente. Aliás, ano passado publiquei meu primeiro artigo científico em inglês, justamente sobre o tema da minha pesquisa. Participei das Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos com dois artigos e como intérprete convidado. Grande momento da vida interpretar o Paul Gravett. Também organizei um evento sobre tradução de HQ.
E foi o ano do Fabuloso, né.
Sigo colaborando mensalmente com o Blog da Companhia. No ano passado, gostei bastante do resultado de uma das coluna, ★. Mas o texto que deu maior repercussão foi o que defendia tradutores como escritores. Estou escrevendo um livro que trata também disso, então a repercussão ajuda.
Publiquei duas resenhas na Folha de S. Paulo, a convite da editoria de Livros do jornal: sobre Cânone Gráfico 2 e Uma Vida Chinesa. Estou preparando mais uma. Também voltei a colaborar com o Omelete, com matérias que dependem de pesquisa histórica. Já saiu uma sobre o Justiceiro, outras vêm em breve.
E acho que foi isso. Espero que eu retome o blog com vontade daqui a pouco.
P.S.: Reformulei meu portfólio de traduções. Agora está em ericoassis.com.br
1 comentário
Parabéns cara, foi um belo ano, curto muito suas traduções, quero ver como ficou agora a Patrulha do Destino!
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